domingo, 23 de setembro de 2012

O CAIS




Passeio nesse cais agora!
Vagueio meu olhar por essa imagem triste:
velhos barcos ancorados, desbotados,
casas sombrias, sem vida, abandonadas.

Céu cinzento, águas paradas.
Cestos de lixo indicam
um resto de civilização.

Nenhuma figura humana,
uma estranha quietude...

Uma lembrança de solidão,
qual a ilha que se esboça ao fundo.

Solitário, o pintor!
Triste, o seu coração.

Como a tela,
como a imagem que passou.

Como a minha parede,
cuja tão bela arte,
não alegrou.

Brasília/1990

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