terça-feira, 23 de julho de 2013

SARA, SARA


By Mércia Dantas

Sara, sara nossa terra
Sara, sara nossa vida
Sara, sara as feridas

Neste céu de azul anil
A cobrir a nossa face
A falar da nossa dor

Somos os imperadores
Que buscamos nossas cores
Somos jovens, não atores
Não lutamos, só por nossos amores

Sara, sara meu coração
Por não aguentar mais emoção
Não me basta chamar teu nome
Quero teu amor ganhar

Vida igual pra toda gente
Chega de usar as máscaras
Caiam todas, sem cessar;

Nosso povo é nossa gente
Pátria, pátria, vil espera
Nossos velhos, indigentes,
Sem futuro, sem amparo,
Pátria, pátria, indecente.

Sara, sara nossa terra
Sara, sara nossa vida
Sara, sara as feridas
Neste céu de azul anil.


Bsb, 03/11/2010.

terça-feira, 16 de julho de 2013

FEBRE

By Mércia Dantas

Adentro meu coração,
tento achar o bicho paixão,
o mal da solidão,
entro em colisão.

Mil volts me queimam...
Quero ir a algum lugar.
Não chego a nada,
não sei se sobrevivo.

Choro... muitas lágrimas...
Mas não inundam o todo,
não aplacam o fogo,
não abaixa a febre.

Entrego-me  à música ambiente,
meu corpo ritmado segue e sente
toda a dor, toda a chama.
Um amor, um amor, meu ser clama.

Uma razão pra estar,
uma razão pra cantar,
nascer de novo, renascer das cinzas.
Alçar vôo, com  ou sem febre.

Bsb, 23/01/2010


segunda-feira, 15 de julho de 2013

SUPERSTAR


By Mércia Dantas

Arrebata-me a atenção
este teu olhar oculto,
de cores indefinidas,
delineando-se conforme o ambiente,
verde, castanho, dourado, sei lá...
não importa, são lindos.

Atiça-me a curiosidade
perceber teu corpo
sob o cuidado uniforme,
imaginar teus pelos
roçando minha pele,
numa dança selvagem
e quase louca de desejo.

Lembra-me você
todo e qualquer superstar:
Fred, Frank, alguém que já perdi,
até um amor de minha infância.

Deixa-me você
sem saber, e até talvez saiba,
sem sono, sem fôlego, demente.

Deixa-me em brasa,
sem idade, sem medo,
sem limites e sem hora pra sonhar.

Vigilante me torno
dos meus sentimentos
e me encontro apenas mulher,
pronta, fêmea total pros teus abraços.

E fico na espera de você,
de alguém como você,
de uma voz que me acaricie como a sua.

É a sua voz e tão somente que me prende
a você, como uma loucura,
a voz que mexe com as entranhas
e me faz querer mais e sempre mais
te ouvir, até imaginar muito mais...

Deixas-me em febre, quase doente.
Deslizo minhas mãos pelo corpo e as adentro.
Imagino sendo as tuas, enlouqueço.

Saio do transe e vejo que falta você,
Fico à procura e não encontro:
somebody to love.... a superstar...
Your voice…

O bombeiro, o fogo, a água,
o fim, o engano, a solidão... de novo.

Coloco o disco, escuto Pink,
The Final Cut, as letras do Roger,
.... I had a dream... I had a dream…
Sinto sua dor, sua solidão interior,
your voice, quase surto em novo transe.

Tudo se mistura como num ato final e louco:
Carmina Burana, Bohemian Rhapsody, Cavalgada das Valquírias,
your voice, your voice, não... não… não é a sua... is not.


Bsb, 31/05/2004