By Mércia Dantas
Arrebata-me a atenção
este teu olhar oculto,
de cores indefinidas,
delineando-se conforme o ambiente,
verde, castanho, dourado, sei lá...
não importa, são lindos.
Atiça-me a curiosidade
perceber teu corpo
sob o cuidado uniforme,
imaginar teus pelos
roçando minha pele,
numa dança selvagem
e quase louca de desejo.
Lembra-me você
todo e qualquer superstar:
Fred, Frank, alguém que já perdi,
até um amor de minha infância.
Deixa-me você
sem saber, e até talvez saiba,
sem sono, sem fôlego, demente.
Deixa-me em brasa,
sem idade, sem medo,
sem limites e sem hora pra sonhar.
Vigilante me torno
dos meus sentimentos
e me encontro apenas mulher,
pronta, fêmea total pros teus abraços.
E fico na espera de você,
de alguém como você,
de uma voz que me acaricie como a sua.
É a sua voz e tão somente que me prende
a você, como uma loucura,
a voz que mexe com as entranhas
e me faz querer mais e sempre mais
te ouvir, até imaginar muito mais...
Deixas-me em febre, quase doente.
Deslizo minhas mãos pelo corpo e as adentro.
Imagino sendo as tuas, enlouqueço.
Saio do transe e vejo que falta você,
Fico à procura e não encontro:
somebody to
love.... a superstar...
Your voice…
O bombeiro, o fogo, a água,
o fim, o engano, a solidão... de novo.
Coloco o disco, escuto Pink,
The Final
Cut, as letras do Roger,
.... I had
a dream... I had a dream…
Sinto sua dor, sua solidão interior,
your voice, quase surto em novo transe.
Tudo se mistura como num ato final e louco:
Carmina Burana, Bohemian Rhapsody, Cavalgada das Valquírias,
your voice, your voice, não... não… não é a sua... is not.
Bsb, 31/05/2004