Estive a pensar durante dias e
dias em como descrever o amor de Maria. Maria é a minha mãe. Maria Bezerra,
Maria de Tonheca, Maria filha de Regina, Maria mãe de doze, que apóstolos não
somos. Maria, esta Maria a quem me refiro, é um mistério. Um lindo mistério,
uma história de árduo trabalho, de determinação, de incansável objetivo: o
amor.
O amor revelado nas tarefas
rotineiras, no vai e vem em busca de resultados, de perfeição, de qualidade nos
serviços executados, nas sementes plantadas, fossem no jardim ou em nossa alma.
O amor traduzido em obstinação, aquela que cansa (os outros), que irrita (os
outros), que culmina na anulação até mesmo física – quando sobrevêm as doenças,
como é o seu caso – deixando-se ficar em dependência dos outros, até então seus
protegidos. Protegidos pelo seu imenso amor, pela sua guarda valiosa, como
precioso tesouro.
O amor de Maria é algo
inenarrável, compreensível pelos olhos de quem tem amor no coração pra enxergar
a sua grandiosidade. A pequena mas tão grande Maria que olha e é como se
quisesse dizer: você é e será sempre meu grande amor. Por você me fiz, eu sou e
serei eternamente. Quanta mensagem contém este maravilhoso olhar.
E me lembro agora da frase
recente do meu pai ao dizer a Maria: “Faz 70 anos que você acaricia minha mão.
Ainda não cansou? E Maria responde simples, direta e amorosamente: Não, porque
você é o meu amor.” Dá pra alcançar ou quantificar este amor?
Não, não dá! Talvez se
quiséssemos entender melhor, poderia dizer: o amor de Maria é como o amor de
Deus: nunca acaba, está sempre perto, sempre pronto como um valioso soldado
consciente de suas funções e certo de que está ali pra defender sua pátria.
No caso de Maria, sua família,
seu grande e eterno amor: Tonheca. Tonheca de Maria.
Por Mércia Dantas, filha de Maria, em Natal-RN, 05 de
janeiro de 2008.
Senhor, obrigada por perceber este valioso amor e pela honra
de ter nascido desta Maria e reconhecer que, muito longe, por mais que tentemos
ou queiramos, jamais chegaremos perto desta grande Maria, que é única, jamais
será copiada, jamais será substituída, porque não existe igual. Obrigada Senhor
por ter nascido de colo tão amoroso. Obrigada meu Pai.
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