domingo, 1 de julho de 2012

Alegria no ar, susto na terra


Acordei assustada, um estrondo no ar, na minha quadra. No primeiro instante pensei: um acidente aéreo! Fiquei paralisada na cama, sem saber o que fazer, aguardei. O barulho foi distanciando-se a uma velocidade espantosa e aí então veio a certeza: Mirage no ar. Sim, aquele barulho era inconfundível, estariam em treinamento? Corri para a janela e não vi nada, só ouvia o som indo cada vez mais pra bem longe.
Lembrei do meu tempo de menina, quando a gente corria pra ver o avião passando, as vezes que fui – e foram tantas – na Base Aérea de Natal. Hoje senti-me esta garota e perdi o show (não devia ter saído da janela), passaram mais duas vezes. Na terceira vez, ouvi o som, corri, peguei a máquina e pensei: o próximo que passar, eu registro.
Era tarde, como competir com a velocidade ultrasônica? É querer demais né? Mas ainda vislumbrei um Mirage passando, indo embora, lindo, seu design mais que perfeito, rugindo forte como um leão dos ares, pássaro de prata reinando absoluto nos céus de Brasília.
Li algumas notícias a respeito e fiquei ciente das comemorações da amada FAB, das vidraças quebradas, dos sustos de alguns, quiçá alguém chegou a pensar “é o fim do mundo”; afinal, som de Mirage não é pra qualquer um.
Voltei mais uma vez às lembranças, agora da adolescência e ri comigo mesma: nosso grupo de amigas não podia ver um militar da Aeronáutica que dizia em coro: “Ai da Base, me leva na Asa...”, uma audácia à época.
Enfim, um início de domingo diferente. Festa nos céus, alegria em mim.
Viva a FAB, parabéns valorosos pilotos. Não demorem a voltar.

Mércia Dantas - Brasília/01/julho/2012


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